Outubro é o mês da democratização da comunicação. No Brasil inteiro, entidades do terceiro setor, movimentos sociais, fóruns, coletivos e instituições promovem anualmente, discussões sobre o assunto nesse período. Na Paraíba, de 27 a 31 de outubro, diversas atividades descentralizadas serão realizadas, como mesas redondas, debates e oficinas. Os eventos são abertos ao público.
Entre as atividades dos eventos está o lançamento
oficial do Fórum Interinstitucional pelo Direito à Comunicação (FINDAC),
entidade composta por instituições como Ministério Público Federal, OAB-PB,
UFPB, Coletivo Intervozes, Sindicato dos Jornalistas da Paraíba, Defensoria
Pública da União, Fundação Margarida Maria Alves e Fórum Nacional pela
Democratização da Comunicação.
Para o coordenador do FINDAC e representante da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PB no Fórum, Wigne Nadjare, a sociedade precisa ter a oportunidade de realizar a disputa de narrativas, sobretudo no atual momento político e de crise em que o país se encontra. E para ter essa disputa de narrativas, é preciso ter acesso aos meios de comunicação. “Tratar da democratização da mídia ou lutar por uma mídia mais democrática nada mais é do que lutar também pela possibilidade de uma pluralidade de olhares, de necessidades, de pensamentos. Isso é muito importante e positivo para um país democrático e para a democracia”, ressaltou.
O primeiro evento será no dia 27, sexta-feira, no
Sindicato dos Jornalistas da Paraíba, a partir das 13h, com oficina de mídias
digitais, promovida pela CUT-PB para movimentos sociais e sindicatos. Em
seguida, às 16h, acontece o debate A Importância dos Veículos Públicos na
Democratização da Comunicação na Paraíba. Foram convidados representantes
da Rádio Tabajara, Jornal A União, TV Câmara, TV Assembleia Legislativa, TV
Cidade e TV UFPB. O Sindicato dos Jornalistas da Paraíba fica no centro de João
Pessoa, na Rua da Areia.
No sábado, dia 28, uma oficina sobre Mídia e Violações
de Direitos Humanos acontece em Bayeux, no Centro da Juventude (Serviço da
Pastoral dos Migrantes – SPM-NE). Essa ação é voltada para jovens do Projeto
Comunidade Integrada. O Centro fica na Rua Rui Carneiro, 40, no bairro do
Mutirão, em Bayeux.
As ações serão encerradas nos dias 30 e 31 de outubro,
segunda e terça-feira, com um Seminário no auditório do Ministério Público
Federal, em João Pessoa. A palestra de abertura, na segunda-feira (30), às 19h,
terá a presença de uma representação do MPF-SP. Também participarão da mesa o
presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PB, Wigne Nadjare e a
integrante do Intervozes, Mabel Dias. Eles falarão sobre mecanismos de
participação social ao direito à comunicação.
Na terça-feira (31), a partir das 8h30, duas mesas
abordarão a Mulher, a Criança e o Adolescente na mídia, com representantes da
Secretaria Estadual de Desenvolvimento Humano, UFPB e Observatório da Mídia
Paraibana. Haverá a apresentação de uma pesquisa sobre narrativas midiáticas a
respeito da violência contra a mulher.
A tarde da terça (31), contará com discussões sobre a
concentração dos meios de comunicação no Brasil e uma roda de diálogo sobre a
exposição de vídeos íntimos na internet, encerrando as atividades. Participarão
das mesas a pesquisadora da UFRJ, Janaine Aires, o procurador do MPF-PB, José
Godoy, bem como representantes da UFPB, Sindicato dos Jornalistas, Defensoria
Pública da União e Fundação Margarida Maria Alves. O MPF, onde serão realizadas
as atividades do dia 30 e 31, fica localizado na Avenida Epitácio Pessoa.
“Quando
pensamos que são dadas concessões públicas para apenas seis famílias
brasileiras que detém o poder do controle da mídia de todo o Brasil e o que
chega às nossas casas através dos meios de comunicação, isso é muito ruim para
a democracia ou para a formação, de fato, de um pensar plural e amplo em um
país como o nosso. Lutar pela democratização da mídia é também dar voz aos
movimentos sociais, aos grupos organizados, que também analisam, discutem,
pensam um modelo de nação e de país. Tratar da democratização da mídia também é
um processo de controle social, daquilo que é dito, que é um direito nosso. E
mais do que tudo, porque trata-se de uma concessão pública. Então nós precisamos,
enquanto cidadãos, ter um olhar e a possibilidade de discutir, de maneira
crítica, como a comunicação e a mídia, esse processo de construção é
realizado”, ressaltou o coordenador-geral do FINDAC, Wigne Nadjare, a respeito
da concentração dos meios de comunicação no país, assunto que será abordado na
tarde do último dia do evento.
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